Queria fazer um desenho. Um desenho de muita cor. Não que esse tivesse cor nele de fato. Mas que quem o visse, visse nele muita cor. Um laranja otimismo, cores quentes em idéias pra dar mais calor. Mas queria ver mesmo as frias, bem vibrantes no meu ver. O azul escurecido, mas não exatamente aquele blasé. Cores assim, bem acrobáticas, como uma verde água azulado, mas também não muito claro, aquele tom bem instigante, mas que ninguém nunca soube descrever. O branco pode até comparecer; são as lacunas da mente que ainda temos para preencher. Mas que as frigidas façam o favor de desaparecer. Quero um desenho nos meus textos e no meu dizer. A cor morna de um abraço bordô. Uma boca rosada, a pipoca vermelha, e a língua-sangue de muito sabor. Minha vida como meus artistas, que a cor consiste na mente e não no fato de ver. Eu faço um desenho que está em mim e as cores que vejo, não insista, elas não estão no papel.
Eu não sei o que ocorre. Nem o que percorre em minha mente. Mas minhas bochechas queimam. Só pensando na possibilidade. Eu não tenho certeza. Mas na dúvida... Minhas bochechas ardem. Um frio, concentradamente gelado eletriza-me subindo pelo meio-fio de meu estômago, agitando minhas células que se aquecem em questão de segundos. Tento respirar normalmente, mas percebo que prendo a respiração e sinto que minha face enrubesce. O sangue agora se concentra veemente em minha cabeça e não mais se espalha normalmente pelo meu corpo. Momentaneamente meus pés formigam... A sensação se espalha pelos meus dedos, imóveis sobre a mesa, que param imediatamente de exercer qualquer movimento voltado para outra atividade. Rimos alto. Essa foi minha única saída. Tento espiar com rabo de olho, mas meu desconcertante nervosismo me deixa quente. Queria entender o porquê desse efeito sobre mim. Sinto-me imediatamente tosca e preocupada. Deveria eu estar assim? Acho que não. Mas meu descont...
Cores que às vezes só nós vemos, cores que nos fazem voar :) uma doçura vi.
ResponderExcluir