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Mostrando postagens de novembro, 2010

Desencontro

Estava novamente diante daquele elevador. Junto comigo, entrou um engravatado, rosto fechado, expressão dura. Não sei se fui eu que apertei o sexto andar por impulso, ou se o mesmo já se encontrava apertando quando entrei... ou se nem isso. O elevador era de vidro, exibindo toda sua transparência aos que se encontravam dentro e aos que esperavam do lado de fora. Deslizava pelo quarto andar. Nunca havia visto aquele andar antes, parecia-me desconfigurado. O aspecto de um galpão extenso e meio sujo me ajudou a ter essa impressão. Abandono. Nem meros vestígios de algum tipo de esmero ou zelo. As máquinas estavam jogadas sobre as mesas de escritório mal dispostas no ambiente. Foi ali, detrás de uma dessas máquinas que o vi. Discreto em sua figura que na realidade foi sempre tão oposta a isso. Tive um rápido impulso de me projetar a frente da porta do elevador, como quem tem convicção de onde vai. Tive por um instante a impressão de estar alucinada, e tive também raiva dos engravatados que

Instantes

Meus pensamentos percorrem sua barba rala e suas pupilas dilatadas. Eu sei bem que isso pode carregar certa ambiguidade até determinado ponto, e não que não tenha sido a intenção. Não me preocupo. Meus pensamentos, por vezes, transitam entre tudo aquilo que deveria ser e o que não poderia. Meus pensamentos são fragmentos consistidos em instantes no qual se moldam minhas vontades.

Promessas

Mas difíceis são elas quando feitas a você – a você mesmo. Porque quando feitas a outrem, por incrível que possa parecer, cobra-se menos. Manter comprida, é o mesmo ápice que sustentá-la somente em prática, mesmo que com consciência vã. Promessas para si, não  escapam sequer os pensamentos. Quando prometido a outro ser qualquer, cumpri-las basta. Quando prometido a si, o mero desvio de pensamento já é um tremendo lapso.