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Mostrando postagens de julho, 2011

Nuvem de memórias

Suave. Não posso escapar daquele momento. Não consigo me manter no presente pelo simples fato de não estar aqui o que me traria sentido de um agora e de um depois. As memorias divinas são frescas demais para me esquecer pelos menos por alguns segundos sequer. Me entrego. Me entrego a essas memórias como um bebê se entrega aos braços de sua mãe; porque são elas que nos fazem sorrir distraídos, olhando para um ponto qualquer, que nada tem de interessante. Me embalo numa doce espera, que se faz de minha ansiedade serena. Como se cada toque e cada peculiaridade das sensações geradas permanecessem. São insolúveis essas tantas coisas que ficam em mim, a cada dia que passa. São certezas que crescem e coisas que tornam-se pequenas demais para serem relevantes. É tudo tão suave que meu corpo fica leve. Eu nem sinto meus pés no chão.

Cítrico

Procurando por aquilo que nos faz sentir um pontada aguda, um desejável desprazer. Procurando por aqueles vestígios do que não foi dito, nem mostrado, nem apagado. Como chupar um limão com a boca aberta em ferida. Minha curiosidade sempre foi uma de minhas piores inimigas. Poderia deixar quieto, poderia esquecer, ou poderia simplesmente não pensar nisso. Mas é mais forte. Me cutuco, busco memórias que não são minhas. Essa acidez me corroê por dentro.