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Mostrando postagens de setembro, 2010

Cabe a mim

Vêm-me impulsos. Sinto isso nas minhas veias mais internas. Atravessam meus pulsos como se pudessem trasvasá-los. Vibrantes. Chegam às pontas de meus dedos, dormentes.  Quero dizer sobre coisas incompreensíveis e incompreendidas. Coisas íntimas. Coisas universais. Porém coisas as quais devido a sua tamanha complexidade talvez não sejam encarregadas a mim para dizê-las, seja pelo meu vocabulário curto para ampará-las em todas as suas amplitudes e peculiaridades extremas de expressão, que exijam a linguagem que me foge, seja por não conhecê-las mesmo. Neste ponto é que se instala o paradoxo a que me deparo todos os dias: o que está aqui só eu posso traduzir, mas se não souber fazê-lo, então ninguém jamais o saberá. 

Palavras quaisquer

Sou novata nessa arte. Nunca escrevi com intuito de compartilhar com alguém minhas palavras postas em pedaços de papeis, páginas de agendas, ou mesmo em textos. Portanto desde já fica dito: já está enraizado em mim dizer tudo muito subjetivamente, afinal escrevia para ninguém mais do que eu, portanto minha preocupação não era ser direta e tornar algo possível de ser compreendido. Pelo contrário, sou adepta das minhas frases sem nexo aparente, adoradora dos meus sonhos esquisitos e da minha linguagem solta, desprendida de qualquer regra. Apesar de tudo isso, por fim, achei plausível ter um espaço meu assim. Espaço no qual pudesse ser ouvida, por mais que não soubesse quem são estes ouvintes. Mas sei que existe alguém por ai em mesma sintonia, ou que pelo menos se aproxima das minhas ambiguidades, inconstância, e compartilha comigo os mesmos paradoxos. Precisava mesmo de um lugar para cuspir meus pensamentos traduzidos em palavras quaisquer.