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Mostrando postagens de maio, 2011

Se ache, encaixe.

A verdade é que somos cópias mal feitas um do outro. Iguais em loucuras e doses erradas, em devaneios e noites viradas... em beijos, em saudades, em desesperos e sintonias...iguais...em esperança e amor. Somos iguais em quase tudo. Uma cópia errada do que era pra ser um, uno, ou junto. Mas de tão paralelo, próximo e simultâneo é quase desconexo, atrapalhado, travesso. Tudo que é muito igual parece não encaixar tão bem, mas porque o que é igual se soma e não se encaixam na teoria. São projetos mal planejados um do outro, um feito espontâneo em que as medidas saíram todas erradas. São cópias, mas que de tão erradas elas se encaixam entre si.

Tire isso da cabeça

Não leia coisas que já foram ditas, não olhe pro quarto ao lado e nem pense que você pode não acordar cedo amanhã de manha. Qualquer tipo de comparação é besteira. Tire isso da cabeça, menina. Vá brincar no parquinho, ganhar doce da vovó, dar abraço no amigo. A vida nos exige decisões muito extremas, que não nós permitem olhar pra trás, só para os lados. Mundo competitivo, corporativo, contido. Sociedade de repressão. Pessoas críticas, sufocantes, egoístas. Queria ser artista e ter tempo pra parar e pensar na vida. Ter tempo de escalar um tecido, jogar tintas em tela e peças, modelar uma argila, uma vida tranquila. Que venham as criticas, porque nesse mundo é proibido ter paz, isso é sinônimo de ser vagabundo, irresponsável. Não me venha com essa de querer entender o que você não entende. Essas coisas não estão ao alcance do intelecto, essas coisas, são coisas que não se explica, se sente.

Desatina

Tira do corpo a razão e da cabeça o controle. Desarrazoa meu senso e tira o bom senso de um raciocínio lúdico iludido. Seu toque, o modo, seu todo me causa desvarios, devaneios, tresvarias que me extraviam de mim. Tudo procede e cede de um à outro, do outro ao todo, de um pelo outro. Uma dobradura que se desdobra inteira para fazer o que quiser dela; as dádivas do prazer, que se molda em sensações conjuntas que disparatam em delírios, porque tal dádiva é mais que pele, mais que pelo ou apelo, são detalhes de um rosto, o gesto e o gosto de tudo aquilo que desatina em mim o meu amor.

Onírico

Por meios difusos e confusos eu vejo seu rosto. Me enche de gosto e vontade de viver. Viver todas as loucuras que mal cabem em sonhos. O carinho que brota dessa sua face barbada e me risca a pele com gestos dispersos, discretos. São olhos firmes de certezas que gostaria de ter, e me convencem disso. Tem um brilho, e meu riso escorre, esses seus olhos que me olham assim. Sou completamente intocável... porque é impecável te ter pra mim. De sonhos profundos te arranco do fundo de algo que tenho tão dentro de mim. Me conheces bem demais pra dizer que fui menina, e me nina no seu colo de rotina que desatina tudo o que vinha de algum lugar que eu sabia. As palavras que me sobram são as que não sabem dizer, de tudo isso que vem... de um sonho do além, para mais além ainda viver.