Eu não sei o que ocorre. Nem o que percorre em minha mente.
Mas minhas bochechas queimam. Só pensando na possibilidade. Eu não tenho
certeza. Mas na dúvida... Minhas bochechas ardem. Um frio, concentradamente gelado
eletriza-me subindo pelo meio-fio de meu estômago, agitando minhas células que se aquecem em questão de segundos. Tento respirar normalmente,
mas percebo que prendo a respiração e sinto que minha face enrubesce. O sangue
agora se concentra veemente em minha cabeça e não mais se espalha normalmente
pelo meu corpo. Momentaneamente meus pés formigam... A sensação se espalha
pelos meus dedos, imóveis sobre a mesa, que param imediatamente de exercer
qualquer movimento voltado para outra atividade. Rimos alto. Essa foi minha
única saída. Tento espiar com rabo de olho, mas meu desconcertante nervosismo
me deixa quente. Queria entender o porquê desse efeito sobre mim. Sinto-me
imediatamente tosca e preocupada. Deveria eu estar assim? Acho que não. Mas meu
descontrole é nítido e desconexo. A menos para mim. Talvez isso signifique que
ainda tenho alguma chance de recuar e me concentrar em outras coisas que me
desconcertem menos. Comprimo meus lábios um no outro, tentando me manter mais
amena agora. Torno a rir. Uma risada é mais suave agora, mas nem por isso
controlada. Sinto a cor e a temperatura de minha pele se estabilizar aos
poucos. Mas o vento frio que percorre meu ventre não cessa. Tento espiar mais
uma vez, dessa vez girando minha cabeça e conversando distraída. Não consigo
ter certeza de nada e isso torna a me perturbar. Minha ansiedade mastiga meus
batimentos e arrisca instigar minha ousadia.
Queria escrever... pro universo, pros astros, pra energia que nos circunda, pras moléculas de glittler que inspiram em nós o espírito catulovers na vida, pra esse desejo louco e incansável, pra essa sede de vida, pra o que quer que seja maior ou mais forte que nós, ou ainda que sejamos parte disso. Enfim, seja lá o que for... convoco aqui simplesmente porque quero escrever. Seja lá qual for o motivo também, ainda que seja só para registrar que uma garota que nos seus vinte e poucos anos (já nem tão poucos assim) foi feliz. Muito feliz. Diga-se de passagem, hoje é capaz de ser um dos dias mais felizes da minha vida! E o mais lindo nisso? É que não há nenhum motivo especial para isso. Ou melhor, eu tenho muitos pequenos-grandes motivos especiais para isso. Foi um dia comum. Um dia desses especiais pra caramba, só que comuns. E olha que hoje acordei bem cedo! Mais que normal, fora do comum. Talvez não tenha sido um dia tão comum assim. Acordei com abraço, me espreguicei como a anos não fa...
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