De noite finalmente a mente dorme. Mas o corpo não. O corpo vive e sente tudo, sempre presente, sempre vivo. De baixo das cobertas sua pele se enrosca na minha, quente, macia. Minhas células vibram se encaixando nas suas. Sem antes que mente posso perceber ao acordar, nossos corpos já se contorce de prazeres delicados. Essa cadencia sútil, que se constrói na noite na cama com corpos que se comunicam sem precisar de mais nada… é uma experiência transcendental, reformadora d’alma, a língua que não se explica. O toque gentilmente se expande, aumenta, com um misto de tesão e carinho. Os movimentos se aumentam como num acordar felino, doce por fora e intenso por dentro. A sensualidade vulcânica sente cada milimetro antes não tocado, que explode com o toque mais sutil. Seu desejo sobre meu corpo é algo que se sente na intensão do toque. Estremeço. Deixo que me conduza, pro seu desejo que é tão meu. Os corpos se confundem, se fundem, se ampliam e o mundo se torna tão pequeno perto da no...
O ímpeto humano é crítico. Crítico a tudo, mas sobretudo ao porque sente - não ao porque pensa. Pensar surge como que num ato de orgulho - pensando ser instinto - sendo em verdade mero vício cerebral de decodificar tudo. Classificar, ordenar, organizar. Em uma tentativa vã de significar o insignificável, de explicar o que não cabe explicação, de afirmar sobre o desconhecido. Tolo. De tão esperto, sabota-se, fugindo da sua propriedade mais pura de assumir que nada sabe e pouco compreende. O compreensível - se puder ser justo - lhe escapa em seu primeiro ato de pensá-lo. Ao pensar, por si só, já deixa de ver o que é invisível aos olhos - sentido tão valorizado aos que pensam demais. De todos os sentidos falta um que é todos e nenhum. E o único que sente para além de Maya - porque vai para dentro e para todos, por todos e por si. Mas acima de tudo, porque é o que é. De volta ao ponto. O ponto é que o ímpeto humano não é o que o humano é. Ímpeto é impulso, fuga. Fuga tem esforço, o qu...