O tiro veio de não sei onde. Mas me acertou. Não consegui identificar nem direito o que era e a dor que me causava. Mas queimava, e ao mesmo tempo sentia meu corpo se comprimindo, como que numa tentativa vã de expelir aquilo de mim. Às vezes a dor aumentava quando tentava ignorá-la. Só me restava esperar. Esperar. Esperar. Pelo quê? Talvez nem eu soubesse.
Em certo ponto já nem sabia mais dizer se a bala se alojara em mim, ou se foi algo externo. As dores, as sensações se confundem tanto, que muitas vezes torna-se difícil distingui-las. Mas o ponto que insistia em girar incessantemente em torno dos meus olhos já verdes de tantos hematomas e pontos cegos era exatamente aquilo – ou talvez mais, afinal também já não sei mais enumerar as coisas, ou se é a coisa - o ponto é que era aquilo, aquilo que não tinha explicação. As respostas, ou melhor, a falta delas me secava a garganta. A água que já não era fácil de engolir tornava-se ainda mais ríspida passando por minhas entranhas. Meus lábios rachavam pela falta de ter algo ao qual pudesse me agarrar, sem explicações, sem motivos, sem nada. A Aflição tapava minhas narinas e sentia que o ar não fluía bem. Não havia o que fazer. Se ao menos soubesse de que mão vem o tiro. De onde? e Porquê? Me faltam respostam que vetam minhas atitudes.
Em certo ponto já nem sabia mais dizer se a bala se alojara em mim, ou se foi algo externo. As dores, as sensações se confundem tanto, que muitas vezes torna-se difícil distingui-las. Mas o ponto que insistia em girar incessantemente em torno dos meus olhos já verdes de tantos hematomas e pontos cegos era exatamente aquilo – ou talvez mais, afinal também já não sei mais enumerar as coisas, ou se é a coisa - o ponto é que era aquilo, aquilo que não tinha explicação. As respostas, ou melhor, a falta delas me secava a garganta. A água que já não era fácil de engolir tornava-se ainda mais ríspida passando por minhas entranhas. Meus lábios rachavam pela falta de ter algo ao qual pudesse me agarrar, sem explicações, sem motivos, sem nada. A Aflição tapava minhas narinas e sentia que o ar não fluía bem. Não havia o que fazer. Se ao menos soubesse de que mão vem o tiro. De onde? e Porquê? Me faltam respostam que vetam minhas atitudes.
Só me restava esperar.
E continuo a esperar por algo que também não sei.
Quando se tem uma dor contínua, aos poucos você se acostuma com ela. Seu corpo finge pra você que ela já não existe mais, e faz com que você adormeça aparentemente bem. Mas isso nada mais é do que uma defesa para que não sinta.
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