Tira do corpo a razão e da cabeça o controle. Desarrazoa meu senso e tira o bom senso de um raciocínio lúdico iludido. Seu toque, o modo, seu todo me causa desvarios, devaneios, tresvarias que me extraviam de mim. Tudo procede e cede de um à outro, do outro ao todo, de um pelo outro. Uma dobradura que se desdobra inteira para fazer o que quiser dela; as dádivas do prazer, que se molda em sensações conjuntas que disparatam em delírios, porque tal dádiva é mais que pele, mais que pelo ou apelo, são detalhes de um rosto, o gesto e o gosto de tudo aquilo que desatina em mim o meu amor.
Eu não sei o que ocorre. Nem o que percorre em minha mente. Mas minhas bochechas queimam. Só pensando na possibilidade. Eu não tenho certeza. Mas na dúvida... Minhas bochechas ardem. Um frio, concentradamente gelado eletriza-me subindo pelo meio-fio de meu estômago, agitando minhas células que se aquecem em questão de segundos. Tento respirar normalmente, mas percebo que prendo a respiração e sinto que minha face enrubesce. O sangue agora se concentra veemente em minha cabeça e não mais se espalha normalmente pelo meu corpo. Momentaneamente meus pés formigam... A sensação se espalha pelos meus dedos, imóveis sobre a mesa, que param imediatamente de exercer qualquer movimento voltado para outra atividade. Rimos alto. Essa foi minha única saída. Tento espiar com rabo de olho, mas meu desconcertante nervosismo me deixa quente. Queria entender o porquê desse efeito sobre mim. Sinto-me imediatamente tosca e preocupada. Deveria eu estar assim? Acho que não. Mas meu descont...
Comentários
Postar um comentário