Uma arte. Ele me desenha com seus dedos que escorregam deslizantes desenhando minha face. Fonte de inspirarão. Ele me cria com cor, calor, encaixe e temperatura perfeita. Seus olhos contornam minha boca e retocam as extremidades. A ponta de seus dedos me dá os detalhes de textura, curva, a leveza e cria em mim um sorriso suave de um leve puxar lateral dos lábios ainda unidos. Sou sua arte. O dorso de sua mão marca meus traços mais fortes...reforçando o queixo, a testa, o nariz, as maçãs. Com a palma umedece minha pele, me dá vida. Eis sua inspirarão, sua arte.
Eu não sei o que ocorre. Nem o que percorre em minha mente. Mas minhas bochechas queimam. Só pensando na possibilidade. Eu não tenho certeza. Mas na dúvida... Minhas bochechas ardem. Um frio, concentradamente gelado eletriza-me subindo pelo meio-fio de meu estômago, agitando minhas células que se aquecem em questão de segundos. Tento respirar normalmente, mas percebo que prendo a respiração e sinto que minha face enrubesce. O sangue agora se concentra veemente em minha cabeça e não mais se espalha normalmente pelo meu corpo. Momentaneamente meus pés formigam... A sensação se espalha pelos meus dedos, imóveis sobre a mesa, que param imediatamente de exercer qualquer movimento voltado para outra atividade. Rimos alto. Essa foi minha única saída. Tento espiar com rabo de olho, mas meu desconcertante nervosismo me deixa quente. Queria entender o porquê desse efeito sobre mim. Sinto-me imediatamente tosca e preocupada. Deveria eu estar assim? Acho que não. Mas meu descont...
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