Sente-se pelas mãos, pelos dedos. Movimento. Movimento que te movimenta, que te leva, conduz, encena. É pela pose, postura, que se vê quem leva jeito; e quem te leva. O braço vai nas escapulas, mas o contato está no corpo. Os pés aflitos, porque já sente-se a batida antecipada e ainda não lhe veio o ritmo. Bochechas vermelhas, pegando fogo. O rosto inteiro. Mas a firmeza daqueles braços, já dizia em cochicho que não há conflito, é só se deixar sentir, e ir. Está ali, me levando e rodando para onde e como ele quiser. Logo de início, mexe meu corpo de tal forma que me fez quebrar de um jeito desconhecido para minhas censuras. Faz do meu corpo o instrumento que desenha o movimento de acordo com a suas pretensões. Junto, corpo a corpo, me quebra o quadril, faz de mim ondas em corpo. Podia sentir em mim o desenho das batidas. Faz a dança nascer dos braços que se cruzam, giram, me giram, trazem pra perto, levam e soltam sem soltar a sintonia. Deixa ir. Me puxa, me gira e gira. De giro em gir...