Minha saudades
não é de nada que tive e hoje falta.
Minha
saudades é de uma presença que nunca existiu.
Presença que
nunca esteve aqui, apenas imagino.
Saudades
daquilo que não foi ou daquilo que pode ser.
Saudades do
que não sei - mas anseio tanto por saber - que sinto saudades de quase saber.
Saudades ao
menos do quase - já que quase, ainda é mais que nada.
Pois quando
é quase, é porque em algum momento beirou ser sim.
A saudades é
desse quase sim – não do quase nada.
Saudades de
chegar bem perto, sentir o frio na barriga da quase descoberta.
Saudades de
sentar naquela mesinha – que só prometemos – e ouvir as tantas histórias que
você queria me contar – ou que talvez só eu quisesse ouvir.
Saudade de
ver seu sorriso sincero e aberto, ao vivo e de perto.
De todas as
saudades, talvez a única real.
Pois do seu
sorriso tenho uma lembrança no lugar de mais uma saudade inventada.
Comentários
Postar um comentário