Piscou. Uma, duas, três vezes. Parou alguns segundos assim,
sem piscar... Só a pensar. Piscou novamente e entendeu que não tinha sono. Isso
acontecia de tempos em tempos. O tempo ia passando... E mentalmente como um
mantra mudo ia traçando um comparativo entre esses segundos que se passam em
silêncio e os anos que se passaram. Piscava mais vezes quando algum pensamento
carregado de nostalgia sentimental lhe atravessava. São cada vez mais coisas
para se lembrar, para se esquecer e para vislumbrar. A melhor delas é
vislumbrar. A mais comum é lembrar. E a mais dura é esquecer. Fechou os olhos.
Ficou lembrando... Mas na verdade queria esquecer para vislumbrar outra coisa
nova daquilo.
Eu não sei o que ocorre. Nem o que percorre em minha mente. Mas minhas bochechas queimam. Só pensando na possibilidade. Eu não tenho certeza. Mas na dúvida... Minhas bochechas ardem. Um frio, concentradamente gelado eletriza-me subindo pelo meio-fio de meu estômago, agitando minhas células que se aquecem em questão de segundos. Tento respirar normalmente, mas percebo que prendo a respiração e sinto que minha face enrubesce. O sangue agora se concentra veemente em minha cabeça e não mais se espalha normalmente pelo meu corpo. Momentaneamente meus pés formigam... A sensação se espalha pelos meus dedos, imóveis sobre a mesa, que param imediatamente de exercer qualquer movimento voltado para outra atividade. Rimos alto. Essa foi minha única saída. Tento espiar com rabo de olho, mas meu desconcertante nervosismo me deixa quente. Queria entender o porquê desse efeito sobre mim. Sinto-me imediatamente tosca e preocupada. Deveria eu estar assim? Acho que não. Mas meu descont...
uma mente em turbilhão, em reflexão, em prontidão pra transformar o mundo.
ResponderExcluiré assim que gosto de te ver, minha garota ;)