Suave. Não posso escapar daquele momento. Não consigo me manter no presente pelo simples fato de não estar aqui o que me traria sentido de um agora e de um depois. As memorias divinas são frescas demais para me esquecer pelos menos por alguns segundos sequer. Me entrego. Me entrego a essas memórias como um bebê se entrega aos braços de sua mãe; porque são elas que nos fazem sorrir distraídos, olhando para um ponto qualquer, que nada tem de interessante. Me embalo numa doce espera, que se faz de minha ansiedade serena. Como se cada toque e cada peculiaridade das sensações geradas permanecessem. São insolúveis essas tantas coisas que ficam em mim, a cada dia que passa. São certezas que crescem e coisas que tornam-se pequenas demais para serem relevantes. É tudo tão suave que meu corpo fica leve. Eu nem sinto meus pés no chão.