Estava novamente diante daquele elevador. Junto comigo, entrou um engravatado, rosto fechado, expressão dura. Não sei se fui eu que apertei o sexto andar por impulso, ou se o mesmo já se encontrava apertando quando entrei... ou se nem isso. O elevador era de vidro, exibindo toda sua transparência aos que se encontravam dentro e aos que esperavam do lado de fora. Deslizava pelo quarto andar. Nunca havia visto aquele andar antes, parecia-me desconfigurado. O aspecto de um galpão extenso e meio sujo me ajudou a ter essa impressão. Abandono. Nem meros vestígios de algum tipo de esmero ou zelo. As máquinas estavam jogadas sobre as mesas de escritório mal dispostas no ambiente. Foi ali, detrás de uma dessas máquinas que o vi. Discreto em sua figura que na realidade foi sempre tão oposta a isso. Tive um rápido impulso de me projetar a frente da porta do elevador, como quem tem convicção de onde vai. Tive por um instante a impressão de estar alucinada, e tive também raiva dos engravatados que...