Vêm-me impulsos. Sinto isso nas minhas veias mais internas. Atravessam meus pulsos como se pudessem trasvasá-los. Vibrantes. Chegam às pontas de meus dedos, dormentes. Quero dizer sobre coisas incompreensíveis e incompreendidas. Coisas íntimas. Coisas universais. Porém coisas as quais devido a sua tamanha complexidade talvez não sejam encarregadas a mim para dizê-las, seja pelo meu vocabulário curto para ampará-las em todas as suas amplitudes e peculiaridades extremas de expressão, que exijam a linguagem que me foge, seja por não conhecê-las mesmo. Neste ponto é que se instala o paradoxo a que me deparo todos os dias: o que está aqui só eu posso traduzir, mas se não souber fazê-lo, então ninguém jamais o saberá.
Eu não sei o que ocorre. Nem o que percorre em minha mente. Mas minhas bochechas queimam. Só pensando na possibilidade. Eu não tenho certeza. Mas na dúvida... Minhas bochechas ardem. Um frio, concentradamente gelado eletriza-me subindo pelo meio-fio de meu estômago, agitando minhas células que se aquecem em questão de segundos. Tento respirar normalmente, mas percebo que prendo a respiração e sinto que minha face enrubesce. O sangue agora se concentra veemente em minha cabeça e não mais se espalha normalmente pelo meu corpo. Momentaneamente meus pés formigam... A sensação se espalha pelos meus dedos, imóveis sobre a mesa, que param imediatamente de exercer qualquer movimento voltado para outra atividade. Rimos alto. Essa foi minha única saída. Tento espiar com rabo de olho, mas meu desconcertante nervosismo me deixa quente. Queria entender o porquê desse efeito sobre mim. Sinto-me imediatamente tosca e preocupada. Deveria eu estar assim? Acho que não. Mas meu descont...
'''A palavra têm o seu terrível limite. Além desse limite é o caos orgânico. Depois do final da palavra começa o grande uivo eterno. Mas para algumas pessoas escolhidas pelo acaso depois da possibilidade da palavra, vem a voz de uma música, a música diz o que eu simplesmente não posso suportar.''
ResponderExcluirta lindo seu blog vi!